Qualquer dia útil da semana, inverno com cara de verão, três da tarde. A Consolação está entupida em ambos os sentidos, põe primeira, põe segunda, pára. No carro da polícia, dois conversam na frente, o meliante atrás, sentado, mãos juntas nas costas, tronco encurvado, joelhos dobrados, a cabeça vai pendurada, meio baixa.
A viatura segue, devagar. O sol esquenta. No canteiro central, os dois ipês-amarelos estão no resplendor. Uma cabeça vira, a outra, a terceira levanta. O trânsito segue, o carro não. Por um momento, os três esquecem onde estão.
(domingo, agosto 21, 2005)
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