27.9.07

Ausência e dica

Ando trabalhando um montão e cozinhando quase nada. A Marieta, aí do lado, não vê a hora de eu retomar os trabalhos com frango... É por pouco tempo, viu?

Enquanto isso, uma dica: a Laila, do Comidinhas do bem, vai participar de um curso de muffins no fim de outubro, o que levou mais algumas blogueiras (inclusive eu) a se inscreverem também. Acontece no Espaço Docelar, em Pinheiros, e é de graça.

Integramos a turma do dia 27 de outubro. Mais informações você consegue aqui.

Esse vai ser meu primeiro curso de culinária! Estou nervosa, que coisa. Será que darei conta? Será que vou estragar todos os muffins e ser reprovada? Aiaiai... Depois eu conto, tá?

25.9.07

Saudosismo

O cardápio do último domingo foi pensado para agradar crianças: panquecas no café da manhã, o quarteto "arroz, feijão, bife e batata frita" (e tomates com orégano) no almoço e pizza no jantar.

Para a sobremesa, desenterrei um clássico dos anos 80: gelatina colorida. Acho que elas até gostaram. Mas eu comi mais.

Gelatina colorida
- 4 pacotes de gelatinas de sabores diferentes, de preferência com cores contrastantes
- 1 lata de creme de leite
- 1 lata de leite condensado
- 1/2 copo de leite
- 1 pacote de gelatina sem sabor

Prepare as gelatinas coloridas de acordo com as instruções, com uma única ressalva: em vez de meio litro para cada uma, use 400 ml, para que fiquem mais firmes. Divida as cores em recipientes diferentes, de forma que elas fiquem rasas. Faça com bastante antecedência, para que endureçam bem (e apenas quando tiver espaço suficiente na geladeira para quatro formas).

Leve o leite ao fogo e dissolva bem ali a gelatina sem sabor. Enquanto ela esfria um pouco, bata o creme de leite (sem soro) e o leite condensado no liquidificador, por uns 4 minutos. Acrescente a mistura de leite e gelatina e bata por mais 3 minutos.

Corte as gelatinas coloridas em cubos e jogue tudo numa forma grande. Jogue a mistura dos leites por cima, misture as cores com cuidado e coloque para gelar por, no mínimo, 2 horas.

24.9.07

Deu no NYT

Estava demorando.

Os cupcakes (desculpem ficar sem tradução, mas não conheço um substantivo adequado em português) foram resgatados dos livros das vovós americanas há certo tempo e viraram moda nos Estados Unidos - famoso que é famoso, por exemplo, tem sua lista de cupcakes favoritos na ponta da língua.

Aí um esquadrão quer limitar o consumo dos cupcakes nas escolas, pois os consideram uma bomba calórica etc etc.


Sério: às vezes eu sinto uma preguiça desse povo...

Ih, dadivei!

Pessoas,
com muito orgulho - e uma boa pitada de vergonhinha - entrei na seleta lista de dadivosas libertas.

Para a dona Dadivosa, abri meu coração e contei como fui virando uma moça prendada, com dois pés na cozinha e um blog de comidas, o que tem me rendido novas amizades e um namorido que às vezes me ama (quando a experiência do dia dá certo) e às vezes me odeia (quando a experiência dá muito certo e ele sai do status muito magro para magro).

Obrigada novamente à Dadivosa e a quem entra nesta casinha virtual - que já está maior do que a real, veja você.

21.9.07

Limão com mel

Essa receita minha amiga Lu Coelho fez ontem à noite (por isso o nome). Vou deixar aqui para me lembrar e inspirar.

Frango da meia-noite
- 400 a 500 gramas de filé de frango
- 1 limão
- 1/2 cebola
- 1 colher de sopa de mel
- 2 colheres de chá de mostarda de Dijon
- Um pouco de gengibre em pó
- Sal e pimenta a gosto
- Azeite

Limpe e corte o frango em tiras gordinhas, mais ou menos três por pedaço. Deixe de molho no suco de limão, sal, pimenta e gengibre em pó por 1 hora.

Pique a cebola e aqueça no azeite em uma frigideira, depois despeje o mel para glacear. "O legal é deixar o mel pegar bem na cebola antes de pôr o frango", diz a autora. "Quando estava dourando, pus o frango e, no finzinho, duas colherinhas de mostarda de Dijon - bem pouco, para não roubar o gosto das outras coisas. Ficou boooooooom."

Ela serviu com legumes (berinjela, abobrinha e tomate) com pouco tempero, mas afirma acha que funcionaria melhor com arroz.

O samba do pirarucu verde

O pirarucu é um bichão das várzeas amazônicas, conhecido como "bacalhau de rio": salgado e seco, lembra um pouco mesmo seu primo, e é preparado de forma bastante parecida. Entrou na minha lista dos melhores peixes do mundo logo após a primeira garfada do pirarucu especial do Piracatu, em Santarém, acompanhado de uma Cerpinha (ou "Cerpínia", com sotaque).

Pois estava eu no Pão de Açúcar no sábado à noite, atrás de um salmão para um jantar rápido, quando duas postas de pirarucu começaram a me chamar de um cantinho do congelador. Imediatamente o sabor que conhecia veio à minha mente e peguei o peixe.

A empolgação nublou a racionalidade. Não lembrei que 1) o peixe estava congelado, então preparar o jantar não seria rápido; 2) nunca havia preparado pirarucu na minha vida e não sou uma expert no preparo de peixes; e 3) o namorido não é grande fã de peixes (apesar de gostar do monstrão amazônico). Já em casa, ele foi colocando as questões acima com delicadeza. E mais uma: o peixe estava meio verde!

Antes que eu me desesperasse, ele saiu para comprar Cerpínias para a gente enquanto eu descongelava o bendito no microondas. A casa ficou fedendo a maresia - apesar da origem fluvial do bicho, veja bem. O peixe recuperou uma cor saudável, mas aí foi o namorido que ficou verde, por causa do cheiro forte desprendido. Fui em frente - o máximo que podia acontecer seria pedirmos uma pizza. Depois de eu sambar muito, por duas horas e meia, ele gostou e comeu tudo. A minha posta ainda ficou com um pouco de gosto de maresia, mas ok.

Segue o que fiz. Se alguém souber como lidar adequadamente com o pirarucu, por favor, ajude. Da próxima vez, estou a fim de mergulhar as postas no leite de coco - ou voltar para Santarém...

Pirarucu com "castânias"
Peixe
- Duas postas de pirarucu
- Sal e pimenta a gosto
- Vinho branco
- Suco de 1 limão
- Uma pitada de cardamomo em pó
- 1 cebola
- Azeite
As postas ficaram marinadas nesta mistura, para tentar reduzir a maresia. Enquanto isso, acendi o forno para preaquecê-lo, cortei a cebola em fatias e as coloquei em um refratário. Reguei com azeite.

Esquentei uma frigideira antiaderente e coloquei um pouco de azeite. Coloquei uma posta de cada vez, uns 4 minutos de cada lado. Depois foram para esta cama de cebolas. Borrifei mais um pouquinho de vinho, joguei mais um pouco de azeite, cobri com papel-alumínio e levei ao forno por uns 20 minutos, enquanto preparava as "castânias".

Farofa de "castânias"
- 1/4 de cebola picadinha
- 1 colher de sopa de pasta de castanhas-do-Pará
- 1 colher de sopa de manteiga
- Um montão de azeite
- Sal e pimenta-do-reino
- Uma pitada de cominho
- Salsinha picada

Numa frigideira, derreti a manteiga com o azeite e acrescentei as cebolas, até reduzirem. Coloquei os demais ingredientes. A pasta de castanhas, danada, absorveu toda a gordura, então o que deveria ser molho virou uma farofinha úmida, que cobriu o peixe. Para acompanhar, arroz basmati e creme de cenoura.

20.9.07

Corrente do bem

Tão maluca essa vida, não? Um ano atrás, eu estava no meu mundinho, cuidando da minha vidinha e cozinhando de vez em quando, achando que era uma doidivanas por curtir panelas.

Hoje eu mantenho um blog de comida, sinto falta de visitar minhas amigas virtuais e experimento receitas e dicas de lugares distantes no meu dia-a-dia, com uma naturalidade que ainda me impressiona. Escancarei minha verve caseira, enriqueci meu cotidiano, incorporei na minha vida pessoas que não conheço pessoalmente e me aproximei de outras que estavam distantes.

Aqui está um exemplo do que falo. Estava com um monte de maçãs em casa, mas não queria fazer torta nem strudel. Queria porque queria bolo. Comecei a procurar nos blogs amigos e nos blogs dos amigos dos amigos. Caí no site da Dadivosa, onde encontrei a receita ideal.

Pois a receita da Dadivosa, veja bem, foi adaptada de outra que ela viu num blog amigo português.

Por sua vez, a dona do sítio aprendeu a receita com a tia dela, a Micá.

Tia Micá não conheço, mas a bendisse assim que o bolo começou a soltar um cheiro delicioso, ainda no forno. Se fosse católica, adicionaria a tia Micá na minha reza. À Dadivosa, à dona do blog português e à tia Micá, meus profundos agradecimentos!

Agora é sua vez: a receita está aqui. Três pessoas testaram e muito aprovaram. Que tal tentar você também? ;)

Bolo de maçã da tia Micá
(com adaptações da Dadivosa e uma pouca mudança da Simplicista)
- 3 xícaras de maçã picadinha (três maçãs pequenas)
- Suco de limão para não escurecer a maçã
- 3/4 de xícara de óleo
- 1 xícara de iogurte natural
- 1 e 1/2 xícara de farinha de trigo branca
- 1/2 xícara de farinha de trigo integral
- 2 xícaras de açúcar mascavo
- 1/2 colher de sopa de noz moscada ralada na hora
- 1 colher de sopa rasa de canela em pó
- 2 ovos
- 1 colher de sopa rasa de fermento em pó

Ligue o forno. Com um batedor de arame, misture o açúcar mascavo com os ovos até que não haja mais nenhum gruminho. Junte o óleo e misture.

Adicione as farinhas, previamente peneiradas e misturadas com o fermento, a noz moscada e a canela, e mexa mais um pouco. A massa vai endurecer. A Dadivosa conseguiu continuar com seu fouet, mas eu tive de partir para uma colher de pau. Junte o iogurte e incorpore. Por último, misture os cubinhos de maçã.

Despeje a massa em forma untada e polvilhada com farinha e leve ao forno até que, ao enfiar um palito no meio da massa, ele saia limpo.

19.9.07

Admirável sabor novo

A querida amiga mexico-americana Alejandra Martin (que não é prima do Ricky) cozinha que é uma beleza. Sua especialidade, pois, é a comida mexicana. Ela me apresentou ao mole, que foi paixão à primeira mordida, e a outros ingredientes de sua terra - alguns deles menos palatáveis para o meu gosto simples.

Há tempos que peço para ela mandar receitas. No mês passado, ela finalmente o fez. A surpresa? É comida tailandesa, não mexicana, não tex-mex, não americana. A obviedade? É apimentada, oras! :D

As instruções causaram certo estranhamento. Como vieram dela, seguimos de olhos quase bem fechados: procurei imagens no Google para saber se era assim mesmo. E, entre o desastre anunciado ou a delícia surpreendente, o segundo termo é o que se aplica. É ótimo, é diferente, é saudável, é viciante!

Barcos tailandeses de alface e frango
- Uns 500 gramas de peito de frango desossado e sem pele, cortado em pedaços
- 3 colheres de sopa de caldo de galinha (usamos mais, quase meio litro)
- 1 colher de chá de gengibre fresco, ralado e sem casca
- 1/2 copo de water chestnut (não conseguimos descobrir o que é, então deixamos de fora)
- 1/4 de copo de cebola roxa picada
- 1/4 de copo de cebola branca picada (nossa adição)
- 1/4 de copo de cebolinha picada
- 1/4 de copo de coentro picado
- 1/4 de copo de suco de limão
- 1 colher de sopa de açúcar
- 2 colheres de sopa de molho de peixe (opcional)
- 1/8 de colher de chá de sal
- 1/4 de copo de amendoins picados
- 4 colheres de chá de pimenta de cheiro picada (mais ou menos duas)
- Alface lisa (acho que seria mais prático usar endívias, porque foi meio difícil comer assim )

Coloque o frango ainda cru num processador (passei no liqüidificador). Aqueça uma frigideira antiaderente grande em fogo médio. Quando estiver quente, coloque o frango, o gengibre e o caldo - cozinhe, mexendo sempre, até cozinhar bem e o caldo evaporar todo. Reserve.

Num recipiente grande, misture os demais ingredientes e acrescente o frango. Misture bem, acerte o sal e coloque a mistura (fria assim mesmo) nas folhas de alface (ou endívia). Pode ser servida como entrada.

17.9.07

Santo docinho, Batman!

Neste findi fiquei boas horas na cozinha - por escolha, o que é o melhor de tudo. Há posts para a semana toda, mas vou começar pelo final.

Ontem à noite ficaram prontos os brigadeiros de capim santo. Encontrei a gramínea na feira perto de casa, embaixo da cebolinha e da hortelã. Não estava assim superfresca, mas ainda assim consegui utilizá-la.

A receita original tirei do blog do Kats, na Folha Online.

Brigadeiros santos
- 1 copo de leite integral (ps: melhor usar bem menos, meio copo, para não ficar muito mole)
- 1 lata de leite condensado
- 1 tablete pequeno de chocolate branco (usei uns 120 gramas)
- 1 punhado de capim santo (usei umas 12 folhas, mas pode ser mais ou menos, de acordo com o gosto)
- Coco ralado para envolver (originalmente açúcar)

Bata bem o leite e o capim santo. Passe o líquido verdinho por uma peneira, acrescente o leite condensado e o chocolate em pedacinhos e leve ao fogo, mexendo sempre, até ferver. A partir deste momento, abaixe o fogo e mexa vigorosamente até engrossar. Para chegar no ponto de brigadeiro contei 15 minutos. Deixe esfriar bem muito, enrole e passe no coco.

14.9.07

Pense vermelho

Sabe quando você quer algo gostoso e quentinho, mas não está a fim de grandes produções? Ando nesse ritmo atualmente. Junto à falta crônica de ingredientes em casa, estou economizando trabalho na cozinha.

"Mas isso não é desculpa para comer um sanduíche frio", pensei. Em 50 minutos (contando o tempo de forno) eu tinha uma refeição bonita e saborosa. De tão bem-sucedida, agora quero experimentar outras versões e rechear legumes mil.

Como trilha, recomendo "Let's call the whole thing off" ("You like potato and I like potato; you like tomato and I like tomato...")

Tomates gorduchos
- 3 tomates
- 1 lata de atum
- Meia torrada
- 1/4 de cebola
- Salsinha
- Queijo parmesão
- Sal e pimenta (usei chipotle) a gosto

Lave os tomates, corte as "tampas" (mais ou menos 1/3 deles) e guarde-as. Com uma colherinha, tire o interior com cuidado; reserve-o. Jogue sal no interior das frutinhas e coloque-as de boca para baixo numa tábua, para drenar a água.

Preaqueça o forno. Pique a cebola bem picadinha. Corte a salsinha bem mal cortada. Abra a lata de atum (usei a "light", imersa em água) e escorra bem. Coloque o peixe num recipiente, acrescente o interior dos tomates e amasse bem com um garfo. Esfarele a torrada e jogue na mistura, para dar liga. Acrescente os temperos e misture bem, provando a seu gosto.

Enquanto faz o recheio, coloque os tomates no forno, em uma assadeira untada, com a boca para cima. Eles podem ficar lá uns 10 minutos. Retire-os do forno e recheie com cuidado. Cubra-os com o parmesão, coloque as tampas e leve a assadeira novamente ao forno, por mais 20 minutos. Sirva como acompanhamento (ontem, de uma massa) ou apenas com salada.


13.9.07

Wikitchen

Caramba, estou bem desatualizada neste mundo virtual.

Vocês conheciam o livro de receitas da Wikipedia? Eu havia entrado em uma ou outra receita, mas nunca na página principal. Ainda parece incipiente, porém gostei da idéia. Essa pode ser o maior livro de receitas do mundo, gente!

Se, nos blogs de culinária espalhados por aí, já dá para sentir como jeitos e sabores diferentes, na Wikipedia é possível conferir como a cultura e o meio influenciam os pratos. Isso porque as receitas postadas variam de acordo com o país onde se fala a língua (por exemplo: na versão em português, o bacalhau domina a página dos peixes). Imagine o potencial.

Eis a versão em português, setorizada:

Aqui em inglês, em ordem alfabética:
PS: O link da versão em português está dando pau direto e, pelo visto, assim vai continuar, não importa quantas vezes eu conserte neste post. Se acontecer com você, aí vai uma dica: entre na página em inglês e procure o quadro "outras línguas", que fica na barra de navegação do lado esquerdo. É um trabalhinho, mas aparentemente funciona melhor do que a BIOS aqui... :)

12.9.07

A vida lhe deu limões?

Faça uma caipirinha.

- 1 limão siciliano
- 2 e 1/2 colheres de sopa de açúcar refinado
- Gelo
- Pinga da boa

Corte as pontas do limão e descarte. Corte a fruta na metade, na metade e na metade.

Jogue os pedaços num copo apropriado, as cascas para baixo. Junte o açúcar e macere com um socador de madeira. Acrescente a pinga, o gelo e misture. Prove, acerte o açúcar e a pinga e misture. Prove, acerte a pinga e misture. Prove e misture. Prove a pinga e misture. Prove de novo.

(Não há foto do dito por questões óbvias.)

11.9.07

Rei dos adjetivos

Prático, democrático, delicioso e com um nome sonoro.
Não, não é um homem.

Cuscuz (aqui, veggie)
- 1 xícara de cuscuz
- 1,2 xícara de água
- 1 colher de sopa de manteiga
- 2 cenouras médias
- 6 tomates-cerejas
- Um punhado de castanha-do-pará
- 1 colher de chá de cominho em pó
- Sal e pimenta, quanto baste

Quebre as castanhas em pedaços e leve-as ao forno para dourar. Descasque as cenouras, corte em cubinhos e as cozinhe na água com sal. Enquanto isso, corte os tomates e remexa as castanhas, para que assem por igual. Reserve ambos.

Coloque o cuscuz numa panela alta com tampa. Escorra as cenouras e leve novamente a mesma água ao fogo, agora com a manteiga e o cominho. Quando ferver, regue o cuscuz e feche a panela por 5 minutos, até cozinhar. Abra e solte os grãos com um garfo. Misture com as cenouras, os tomates e as castanhas, acerte o sal e a pimenta e sirva a seguir.
P.S.: Os ingredientes variam de acordo com o que há em casa

10.9.07

Bolinhas espetadas

Eis uma boa forma de apresentar tomates - para quem gosta e para quem não gosta tanto assim, como a missivista.

- Tomate-cereja, quanto queira
- Queijo branco
- Manjericão fresco e lavado
- Sal, pimenta-do-reino e azeite a gosto

Com uma faca afiada, corte os tomates e disponha as metades sobre um prato, com a polpa para cima. Salpique sal e pimenta.

Corte o queijo branco em quadradinhos de 2,5 centímetros, mais ou menos o diâmetro das frutinhas. Monte como um sanduíche (1/2 tomate + quadradinho de queijo + 1 folha de manjericão + 1/2 tomate) e, com cuidado, prenda com um palito de dente.

Regue com um bom azeite e sirva. Se quiser, jogue um pouquinho mais de sal por cima - mas pouco, tá? Cuidado com a pressão...

7.9.07

A história do pequeno grande bicho

"Era uma vez um bichinho muito pequenininho. Ele era menor do que uma cabeça de alfinete! Apesar do tamanho diminuto, seu poder era imenso. Ele podia se multiplicar. Ele podia determinar o destino de bichos grandalhões, como fantoches movidos por suas patinhas minúsculas - mesmo que isso custasse sua própria vida.
E foi o que fez. E assim morreu."

Escrevo essa historinha para homenagear os bichinhos que invadiram minha quínua e me forçaram a me reinventar às 9h da noite. Se não fosse por eles, eu teria apenas repetido uma receita já conhecida e não teria acrescentado nenhuma novidade a minha pobre existência. Por causa deles, busquei inspiração no belíssimo blog La Tartine Gourmande, arregacei as mangas e fui à luta.

Torta-quiche de espinafre
(Usei massa folhada pronta, que já estava descongelada para o strudel)
- Um maço de espinafre
- Uma abobrinha cortada em tiras bem fininhas
- 1/2 cebola média picada
- 4 dentes de alho picados
- 2 colheres de sopa de azeite
- 3 ovos
- 1/2 de xícara de leite integral
- 1/4 de xícara de creme de leite fresco
- 1 colher de chá de cominho
- Parmesão ralado, o quanto baste
- Sal e pimenta a gosto

Ligue o forno. Coloque as folhas de espinafre em água salgada e deixe ferver, entre 3 a 6 minutos, de acordo com a quantidade. Enquanto isso, corte a abobrinha, a cebola e o alho e reserve. Escorra muito bem o espinafre fervido (esprema bem para tirar o máximo possível da água) e pique grosseiramente.

Unte uma forma de torta, disponha a massa e faça váááários furos no fundo com a ajuda de um garfo. Cubra com papel-manteiga e encha de feijões ou arroz, até ficar bem pesadinho. Coloque no forno preaquecido por uns 20 minutos.

Refogue a cebola e o alho no azeite e no cominho por uns 4 a 5 minutos em fogo baixo, para reduzir. Acrescente as tiras de abobrinha, refogue e tampe. Elas ficam ali por uns 15 minutos, então você precisa abrir a panela e mexer de vez em quando para não grudarem e cozinharem por igual. Quando estiver pronto, acrescente o espinafre, adicione sal e pimenta (usei uma vermelha) e misture tudo muito bem. Deixe cozinhar por mais uns 2 minutos, desligue o fogo e reserve.

Tire a forma, descarte o papel e os feijões e a coloque novamente no forno por mais 3 minutinhos. Enquanto isso, bata os ovos com o leite e o creme de leite com um fouet, até tudo misturar realmente bem. Coloque um pouquinho mais de sal e pimenta nesta mistura.

Pegue a forma com a massa, coloque as verduras espalhadas no fundo e jogue o líquido. Polvilhe com bastante parmesão e leve ao forno médio por uns 30 a 40 minutos, até dourar a parte de cima.

6.9.07

Uma pequena confissão

A criançada lá em casa adora comer banana amassada com farinha láctea e/ou mel. Quando acaba, eles ficam raspando o prato com o garfo, tentando pegar a massinha que se formou e grudou no fundo. Dia desses, namorido olhou e disse: "Fazia a mesma coisa quando era pequeno."

Adoro banana também. Como a combinação descrita acima é uma bomba calórica, ótima apenas para infantes e homens magros, prefiro maneiras menos engordativas de consumir a fruta além do modo natural.

Uma delas aprendi com minha mãe. Não é um prato bonito nem glamouroso, pelo contrário: é uma melequinha deliciosamente despretensiosa, daquelas que você aprende quando é criança e lhe acompanha para todo o sempre. Como o pratinho com mel e farinha láctea.

Escolho uma banana madura - quanto mais, melhor. Pico em rodelas e coloco em um potinho, aí polvilho canela em pó sobre a fruta e coloco no forno de microondas por 2 a 3 minutos. Fico de olho o tempo todo: a banana se dissolve e mistura com a canela, e nessa pode derramar do pote! Tiro com cuidado, porque está bem quente, e como com mais cuidado ainda para não pelar a língua. As únicas calorias são as da própria fruta, mas o suco que se solta deixa um docinho a mais.

Se você aprovou a melequinha, pode criar variações sobre o tema. Minha mãe às vezes faz num refratário e joga um pudim de caramelo em cima, então gela e serve como sobremesa. Gosto de colocar um pouco de granola e/ou nozes e castanhas. Já usei como acompanhante de sorvete de nata e, baby, ficou bom pacas.

Lá em casa há uma receita mais chique, com vinho, ao forno. Fica bem ok. Mas, bom, sabe cumé: nada bate gosto da infância, mesmo quando se trata de uma meleca tão feia que nem tenho coragem de bater foto... ;-D

5.9.07

Santo de casa

Dia desses tomei um sorvete delicioso no Il Vitelloni. Aí, nesta semana, o Katsuki me tentou com os brigadeiros.

Amo, adoro, sou piradinha mesmo, por capim santo (Cymbopogon citratus). E estou doida para ir além da infusão na cozinha lá de casa.

Mas aí namorido colocou um ponto importante: onde achar o bendito fresco em São Paulo? Afinal, isso é coisa de quem tem quintal, grupo no qual eu infelizmente ainda não me enquadro. Acho na feira com boa qualidade? Terei de descolar um fornecedor?

Se alguém souber, me conta? Fará uma boa ação e será eternamente abençoado. Se o brigadeiro der certo, até envio alguns...

Dito pelo não-dito

Aprendi uma boa frase ontem:

"That's the way the cookie crumbles."

Algo como "a vida é assim mesmo, paciência" ou "conforme-se, porque nem sempre as coisas acontecem do jeito que a gente quer".

Acho que devo fazer biscoitos para comemorar o ditado e adoçar um pouquinho a vida, que está precisada nesta semana.

Vi uma receita ótima na Technicolor Kitchen, mas fiquei com medinho da consistência. Bom, talvez ela seja mesmo ideal para o momento. Afinal, that's the way the cookie crumbles... ;)

4.9.07

Tentativa e erro

Mais uma da série abobrinhas e parmesão.

Essa é uma adaptação de uma receita de pão da Martha. Na primeira vez que fiz, segui as instruções direitinho e a massa ficou úmida demais, se desmanchando, impossível de comer - ainda que bem gostosa.

Na segunda, dividi a quantidade de farinha entre branca e integral e acrescentei milho verde e cebola (são as da foto). Ficou bem melhor, porém seca demais.

A terceira vez será a campeã, tenho certeza. Acrescentarei tomates em vez de milho. Eis como farei.

Muffins de abobrinha
- 1/3 de xícara de azeite (mais o que for usado para untar as forminhas, caso necessário)
- 1 xícara de farinha de trigo branca (mais o usado nas forminhas)
- 1 xícara de farinha de trigo integral
- 1/3 de xícara de leite
- 2 ovos
- 1 xícara de parmesão ralado
- 2 colheres de chá de fermento em pó
- 1 1/2 colher de chá de sal
- 1/4 de colher de chá de pimenta
- 1 abobrinha grande ralada
- 1/4 cebola média bem picada
- 1 tomate grande cortado em quadradinhos

Rale a abobrinha e o parmesão, corte o tomate e pique a cebola. Reserve. Ligue o forno, mantenha-o em temperatura média e unte e farinhe as forminhas.

Em uma tigela grande, misture as farinhas, o fermento, o queijo, o sal e a pimenta. Acrescente as abobrinhas e a cebola e misture. Em uma tigela pequena, misture com um fouet o azeite, o leite e os ovos. Jogue sobre a mistura dos secos, mais o tomate, e misture.

Transfira para as forminhas de muffin (ou para uma forma de pão), cerca de 2/3 da capacidade. Pressione levemente para eliminar bolhas. Se quiser, jogue mais parmesão ralado no topo. Asse por 20 a 30 minutos, até o palito sair limpo. Deixe esfriar um pouco sobre uma grade e coma como entrada ou acompanhamento.

3.9.07

Quantas abobrinhas

Abobrinhas começando a passar do ponto
+
um naco de parmesão
+
falta de paciência para grandes produções, muito menos para sair de casa
=
claro que me lembrei daquele chef maluquinho inglês, né?

Massa com abobrinha, manjericão e parmesão do Jamie Oliver:
- 450 gramas de massa
- 1 limão (usei siciliano)
- 8 a 9 abobrinhas pequenas (usei duas médias, mas deveria sido o dobro)
- 1 dente de alho
- 4 colheres de sopa de azeite dos bons
- 200 gramas de parmesão ralado na hora
- Um bom punhado de manjericão fresco picado (infelizmente não tinha fresco, só desidratado; infelizmente, não estava mesmo com paciência para sair e comprar um maço)
- Sal e pimenta-do-reino a gosto

Comece cortando as abobrinhas bem fininho. Reserve.

Coloque a água para ferver com um fio de azeite. Pique o alho bem pequenininho. Esprema o limão e reserve o suco.

Quando a água ferver, coloque o sal e jogue a massa. Numa outra panela (precisa ser grandinha, porque é ali que você vai misturar tudo), junte o azeite e o alho, mas não o deixe dourar. Jogue a abobrinha e refogue bem por dois minutos, tomando cuidado para não quebrar os pedaços. Acrescente o suco de limão, o manjericão e deixe cozinhar. Eu tampei a panela e, de minuto em minuto, virava as abobrinhas, para que todas as fatias cozinhassem igualmente.

Neste tempo, a massa deve estar no ponto. Escorra e jogue sobre as abobrinhas. Coloque a pimenta-do-reino e misture com cuidado. Acrescente aos poucos o parmesão ralado, mexendo devagar, para que o queijo derreta e seja incorporado por igual, sem virar uma placa derretida grudada. Talvez você precise de um pouco mais de azeite neste ponto, mas seja parcimoniosa. Acerte o sal e sirva imediatamente, com mais parmesão por cima.